No primeiro debate presidencial transmitido pela RTP 1, Cotrim de Figueiredo destacou-se em comparação com Gouveia e Melo, que parecia pouco à vontade e hesitante nas suas respostas. Para Gouveia e Melo, que surge como um dos candidatos mais bem posicionados nas sondagens, este debate era uma oportunidade crucial para ganhar notoriedade, mas a sua performance não convenceu.
Cotrim de Figueiredo, por outro lado, começou o debate a defender a sua posição sobre a independência em relação aos partidos. Afirmou com convicção: “Saberei resistir a todas as pressões que me possam desviar do interesse do país”. Esta postura assertiva contrasta com a de Gouveia e Melo, que, ao abordar a ética democrática, fez uma declaração polémica: “Parece que estamos em eleições legislativas e não presidenciais”, insinuando que ex-líderes partidários não deveriam ser candidatos. Cotrim respondeu de forma incisiva, afirmando que ter um passado partidário não é um “cadastro”.
Durante o debate, Gouveia e Melo desafiou Cotrim a justificar a sua defesa da ideia de um veto absoluto para o Presidente da República, uma proposta que gerou controvérsia. Cotrim, por sua vez, foi claro sobre a sua posição em relação à lei laboral, afirmando que a promulgaria com as alterações do Governo, e mostrou-se convicto na necessidade de privatizar a TAP. Gouveia e Melo, embora tenha sido mais convincente ao abordar questões de Defesa, não conseguiu entusiasmar o eleitorado com temas como a desigualdade salarial ou a violência doméstica.
A comunicação de Cotrim foi mais eficaz, focando-se no seu eleitorado e utilizando uma retórica que ressoou com os presentes. Gouveia e Melo, na tentativa de ser mais abrangente, acabou por não cativar a audiência. No final do debate, Gouveia e Melo afirmou que a maior mentira que lhe foi atribuída na campanha era que um ex-militar como ele representava um perigo para a democracia, enquanto Cotrim questionou a independência do seu adversário.
Este debate presidencial revelou-se um momento decisivo para ambos os candidatos, com Cotrim de Figueiredo a sair como o mais forte, enquanto Gouveia e Melo terá de repensar a sua estratégia para os próximos confrontos. Leia também: O impacto dos debates nas eleições presidenciais.
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Fonte: ECO
