A burocracia e os impostos têm sido um verdadeiro desafio para os contribuintes e investidores em várias regiões, especialmente em África. O processo de lidar com a administração pública pode assemelhar-se a uma tortura, onde cada passo parece levar a mais complicações. Entre carimbos que nunca se encontram e formulários que desaparecem, a frustração é palpável. A burocracia exige cópias autenticadas, assinaturas reconhecidas e certidões que só podem ser obtidas em outros balcões, criando um ciclo interminável de espera e ineficiência.
As tarifas internas, por sua vez, funcionam como uma portagem invisível. Desde tarifas de luz e água até taxas de circulação e exportação, os cidadãos são constantemente surpreendidos por novas cobranças. Mesmo com todos os pagamentos em dia, os serviços prestados continuam a ser lentos e de baixa qualidade, frequentemente justificando-se com a falta de recursos. A situação das infraestruturas, como as estradas, é igualmente preocupante, com a sensação de que a qualidade dos serviços está a deteriorar-se a cada dia.
Os impostos, por outro lado, são um verdadeiro espetáculo de criatividade estatal. O IVA, o IRS e outros tributos pesados recaem sempre sobre os mesmos: aqueles que trabalham e tentam manter-se na formalidade. A pressão fiscal tem sido uma das principais causas da informalidade económica, uma vez que muitos se sentem desmotivados a contribuir para um sistema que parece não devolver nada em troca. A pobreza é visível e a indiferença das autoridades é ainda mais evidente, criando um ambiente hostil para o crescimento económico.
Neste triângulo das Bermudas do contribuinte moderno, a burocracia e os impostos consomem dinheiro, tempo e esperança. O resultado é um ciclo vicioso que afeta a prosperidade e a vontade de se ser economicamente formal. A situação exige uma reflexão profunda sobre a eficácia das políticas fiscais e administrativas, pois o que se observa é um sistema que engole recursos sem oferecer soluções.
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Fonte: Sapo
