Estado falha na prevenção de incêndios, alerta Aguiar-Branco

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, manifestou a sua preocupação em relação à falha do Estado na prevenção de incêndios florestais, afirmando que esta situação se tem repetido “demasiadas vezes”. Durante a cerimónia do 150.º aniversário da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, Aguiar-Branco referiu-se à tragédia que Portugal enfrentou nas últimas semanas, onde arderam cerca de 250 mil hectares de floresta, uma área equivalente a 60 vezes a cidade do Porto. Para além da devastação ambiental, lamentou a perda de quatro vidas humanas e a destruição de propriedades.

O presidente do parlamento destacou que a falha do Estado não se limita ao combate aos incêndios, mas também à prevenção. “Quando um fogo começa, é sinal de que algo já não estava bem anteriormente”, sublinhou. Aguiar-Branco recordou que a limpeza de um hectare de terreno pode custar, anualmente, pelo menos 600 euros, um valor significativo num país com salários baixos e muitos pequenos proprietários.

Na sua intervenção, o político criticou a lentidão dos apoios públicos para a limpeza florestal, que muitas vezes não priorizam terrenos junto a povoações, que são considerados património. “Se há lição que temos de aprender é que a política florestal e o ordenamento do território não podem ser baseados em apoios que não chegam e em multas que penalizam ainda mais”, afirmou.

Aguiar-Branco defendeu que o Estado deve assumir as suas responsabilidades não apenas durante o Verão, quando os incêndios se tornam mais frequentes, mas também antes, através do cadastro das terras, identificação dos proprietários e gestão dos baldios. A sua proposta inclui a redução de encargos e burocracias, além de tratar os silvicultores como aliados na prevenção de incêndios.

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“A responsabilidade de fazer política deve ser integrada e não baseada em medidas avulsas. Além dos incêndios, é crucial abordar questões como a desertificação, demografia, coesão territorial, economia verde e políticas ambientais”, enfatizou.

O presidente da Assembleia da República sublinhou que o país não precisa de “políticos bombeiros”, mas sim de líderes que dialoguem e construam soluções a longo prazo. “É fundamental pensar nos problemas e não apenas reagir à polémica da semana”, concluiu, reforçando a importância do parlamento como espaço para a tomada de decisões que promovam mudanças necessárias.

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Fonte: Sapo

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