Investidores focam-se em ESG, mas desafios de reporte persistem

A sustentabilidade continua a ser uma preocupação central para investidores e empresas, apesar das dificuldades em termos de reporte e qualidade dos dados. Isabel Ucha, CEO da Euronext, destacou no evento “Sustentabilidade, Retorno e Risco” que, no segundo trimestre de 2023, houve um investimento líquido global de quase 5 mil milhões de dólares em fundos e ETFs sustentáveis. Este valor reflete a relevância dos temas ESG na agenda dos investidores.

No entanto, a CEO também reconheceu que existem “altos e baixos” na preocupação com a sustentabilidade. Assunção Cristas, sócia na Vieira de Almeida, sublinhou que a regulação é importante, mas não é a única solução. Apesar de alguns retrocessos em legislação europeia, os investidores parecem manter o seu foco na sustentabilidade.

Nuno Vieira, responsável pelas Relações com Investidores nos CTT, notou que, embora a sustentabilidade comece a integrar as estratégias empresariais, muitos investidores ainda não fazem perguntas proativas sobre métricas ESG. Um inquérito realizado aos investidores revelou que a importância das questões ESG não é vista como particularmente relevante. Contudo, Vieira acredita que a percepção dos investidores varia consoante o setor e a dimensão das empresas.

Por outro lado, Ana Rovisco, Diretora Global de Sustentabilidade do Grupo Jerónimo Martins, observou um aumento significativo no interesse por parte de entidades sobre sustentabilidade, passando de 12 para mais de 50 em apenas dois anos. Esta mudança demonstra uma crescente consciência sobre a importância dos indicadores ESG.

Joana Appleton, responsável pelas Relações com Investidores na Floene, afirmou que os números ESG e financeiros estão cada vez mais interligados, refletindo uma cultura empresarial que integra a sustentabilidade no seu modelo de negócio. Daniela Lima, do BCSD Portugal, reforçou a necessidade de uma linguagem comum entre as equipas financeira e de sustentabilidade para alcançar objetivos unificados.

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Inês Palma Ramalho, da Pérez-Llorca, destacou que a implementação das exigências de reporte ESG está diretamente relacionada com a dimensão das empresas. Em Portugal, onde predominam as pequenas e médias empresas (PME), a situação é complexa, uma vez que muitas não dispõem de recursos para investir em estruturas adequadas.

A qualidade e a disponibilidade dos dados ESG continuam a ser um desafio, com Teresa Pinheiro da Moody’s a enfatizar a importância de dados auditados e comparáveis. A experiência da Jerónimo Martins revela que a aplicação da regulação é um desafio, dada a complexidade e a repetição excessiva de requisitos.

Em suma, a sustentabilidade ESG é uma prioridade crescente para investidores, mas a falta de dados de qualidade e os desafios de reporte permanecem obstáculos significativos. As empresas precisam de se adaptar a esta nova realidade, garantindo que a sustentabilidade não seja apenas uma palavra da moda, mas uma parte integrante das suas estratégias.

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Fonte: ECO

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